Pela oportunidade de me bastar por não me conter.
Quem me conhece sabe o cuidado que tenho com os meus livros. Fico pra morrer e brigar com qualquer um que ouse tratar o livro de maneira negligente, até mesmo as pessoas que não conheço. No ano de 2012 fui à FLIPORTO – evento literário que acontece em Olinda/PE todo ano – com o objetivo de adquirir o meu primeiro livro de autores tão importantes como Agualusa e Mia Couto. Eles compuseram uma mesa juntos no evento. Apesar de ainda não ter lido nenhum dos dois naquela época, acompanhava a carreira e as ideias deles pela internet.
Foi através das ideias disseminadas por esses autores que pude confirmar a importância de trazer para discussão alguns temas bem importantes que muitas vezes é deixado de lado pela sociedade de um modo geral. Como disse antes, uma oportunidade incrível de adquirir meu primeiro Mia Couto e meu primeiro Agualusa. Assisti a palestra e fui ao espaço no evento dedicado a autógrafos. Qual não foi minha decepção pois não tinham mais um livrinho se quer de Agualusa. Para compensar comprei alguns de Mia Couto. Achei que deveria compensar a decepção de alguma forma…
Na momento do autografo, deixei de ser por um momento Clara para ser Tuara. Registrada novamente pelo autor que tanta poesia trouxe a minha vida. Por um momento – momento esse que durou algum tempo – me senti muito chateada, pois meu livro lindo e novo tinha sido rabiscado, pelo motivo de ter sido escrito o nome errado. Mas hoje, penso que por um instante fui personagem e já me rende uma boa risada e alguns momentos de contação de história.
Portanto me saio de mim e adentro um novo eu criado por um excelente escritor totalmente sem querer, mas que me permitiu criar asas e passear por espaços estranhos a mim. Pela oportunidade de me bastar por não me conter.
Foto: Luna Markman / G1
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